sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A Aprendizagem na Construção da Vida


Há alguns dias dei início a uma série de artigos focados no ser humano e seu desenvolvimento,  no primeiro falei sobre o que vinha a ser o ser humano pelo meu olhar, depois expliquei a jornada humana, ou seja, onde se dá o início de nossas vidas e ainda comparei com a linha histórica do ser humano desde o início do hominídeo até os dias atuais, o homo-sapiens-sapiens, dei prosseguimento com outra jornada, mas dessa vez algo mais mental, que é a jornada da aprendizagem, onde determinei minha visão sobre o início da aprendizagem humana e que ela se dá já dentro do útero enquanto feto, demonstrando que não somos vazios de informações e sentidos quando nascemos, e no artigo anterior falei sobre a aprendizagem na prática e como se dá a construção dessa aprendizagem, aliás construção é uma palavra muito utilizada por mim em todos os artigos e pra quem acompanha no YouTube também falada .

A Construção é algo que ocorre num fluxo diário e faz parte de tudo o que fazemos, temos e sentimos, nada em nosso mundo aconteceu do dia para a noite, sempre passo a passo em ritmo de construir a cada dia um bloquinho rumo ao que temos no aqui e agora, seja positivo ou negativo, e toda essa construção tem como resultado final aprendizagem de alguma coisa, seja, moral, emocional, física (uma casa por exemplo), biológica e anatomicamente (músculos ‘sarados’ ou uma doença), tudo ocorre passo a passo. Hoje mesmo, num atendimento fisioterápico um paciente de 74 anos não compreendia o porquê da sua condição atual, porque segundo ele não havia motivos para estar de repente com tanta dor, visto que nunca na vida dele havia passado por nenhum processo doloroso ou inflamatório.
Minha resposta se deu, dentre outras, com essas perguntas: - Durante os últimos 30 anos o Senhor se exercitou alguma vez? Pensou sua alimentação? Se preocupou em sentar corretamente enquanto trabalhava?

Todas as respostas foram negativas.

Sendo assim, disse eu, há uma colheita sendo feita, há pessoas que devido a uma série de fatores somado a uma construção positiva em seus corpos, ainda assim por uma série de questões hereditárias, neste mesmo momento estão colhendo algumas dores e problemas estruturais, o Senhor aparentemente teve uma ajuda hereditária e somente agora que seu corpo reclamou, mas isso não significa que estava tudo bem e que do nada os problemas começaram, simplesmente houve uma construção negativa e dolorosa, mas real.

Com esse exemplo, pretendo bater novamente numa mesma tecla e que tem tudo a ver com a educação e a forma como vemos o ser humano, precisamos de educação emocional (desde o berço), social, filosófica (reaprender a pensar e a questionar) biológica-corporal (muito mais que aulas de ciências e de educação física) e sobre vivência humana, como sobreviver no dia-a-dia, por exemplo aprendendo a cozinhar e a reparar alguns defeitos em nossas casas, pode parecer até um retrocesso, pois hoje temos acesso a técnicos, mas nem sempre é possível resolver rapidamente, e certas noções são necessárias, não estou falando de formação técnica, mas de formação básica para necessidades diárias.

Mas a principal de todas essas está condicionada a formação emocional e capacidade de compreensão do eu e do outro, de se perceber incluído numa família, comunidade, sociedade, cidade, estado, país, continente, planeta e universo, do qual fazemos parte e do qual não dá pra fugir, que por mais que acreditemos que fizemos tudo certo teremos que arcar com as consequências de nossos atos e crenças, pois podemos ser cegos na plantação, mas a natureza se encarrega de entregar uma colheita com visão perfeita.

E se depois dessa colheita não houver aprendizagem, como funciona? Um novo ciclo de plantação cega num terreno sem preparo se inicia e provavelmente num futuro já mais próximo um novo problema chegará, culminando numa piora, uma colheita em busca de aprendizagem.

Nossa vida é preparada para a aprendizagem, estamos aqui nitidamente para aprender enquanto nos desenvolvemos, para evoluir e propagar nossa existência na linha do tempo, mas precisamos mudar urgente nosso pensamento sobre o que e como ensinar, pois nossa consciência está um tanto entorpecida com o raciocínio lógico e fragmentado criado no decorrer do nosso mundo moderno.

Não adianta globalizar apenas o planeta, se o ser humano for fragmentado teremos uma sociedade fraca e sempre em busca de alguém para seguir e ninguém pra liderar.

Até a próxima J







segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Aprendizagem na Prática

Ao falar de aprendizagem na prática a primeira pessoa que me vem à cabeça quando penso nisso é Emilia Ferreiro, psicolinguista argentina, atualmente com 79 anos, foi aluna de Jean Piaget em seu doutorado na universidade de Genebra, onde aprendeu sobre sua teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento da criança, a epistemologia genética, seguiu a linha de pensamento de Piaget, apontando seus estudos para a área da língua escrita. 

Com certeza Ela foi a primeira pessoa que conseguiu desvendar a teoria da aprendizagem de Piaget e compreender o seu uso na prática. 
Juntamente com a espanhola Ana Teberosky em 1979 publicou a Psicogênese da Língua Escrita, conhecimento comprovado na prática desde 1974 na universidade de Buenos Aires.
Ferreiro deixa claro que os profissionais da educação continuam à espera de um método de ensino.

A meu ver, esse assunto é um mito, sendo totalmente desnecessário se armar de técnicas, pois a questão principal HOJE é traduzir essas teorias, ou seja, compreender a fundo o que cada uma delas significa na atuação do ser humano aprendente e utilizar esse conhecimento na prática, exatamente como fez Emilia, na prática, com cada aluno em particular, desmetodizando a escola.

Emilia percebeu que as crianças levantavam hipóteses sobre o que era a escrita e a leitura, sendo assim, a visão de Emilia Ferreiro sobre a construção da língua escrita é de que as crianças têm que reconstruí-la para poderem apropriar-se dela, ou seja, repensam aquilo que veem sendo empregado pela sociedade e de acordo com o entendimento de mundo que tem definem como utilizar, como empregar e por fim como escrever e ler.
Esse termo “construção” possui o mesmo peso conotativo de Piaget, ou seja, o real existe fora do sujeito, no entanto é preciso reconstruí-lo para conquista-lo.
Hoje temos o apoio da ciência contemporânea como a neurociência que comprova o que ocorre em nosso cérebro durante a aprendizagem, temos todas as respostas? Ainda não, mas estamos num caminho sem volta a elas.

De acordo com os neurocientistas Cosenza & Guerra (2001), é através do cérebro que tomamos consciência das informações que chegam pelos nossos sentidos e processamos essas informações comparando-as com nossas vivências e expectativas, sendo então a parte mais importante do nosso sistema nervoso.
Afirmam também que os professores podem facilitar o processo de aprendizagem, mas que a aprendizagem é um fenômeno individual e privado e vai obedecer às circunstâncias históricas de cada um de nós, sendo assim, todos nós temos uma unicidade, características únicas e peculiares para entender, compreender e aprender, temos impressões diferenciadas sobre o mesmo assunto, como podemos então aprender o mesmo conteúdo da mesma forma? Como podemos estabelecer que a maneira X é a correta para que todos na sala de aula apreendam?

Acredito, por análise própria e livre, que um dos grandes fatores a contribuir para que tenhamos nossas peculiaridades é nosso sistema emocional, creio que ele é o que chega a frente de cada estímulo que recebemos, dos estímulos que nos apropriamos, e através do que sentimos pautamos nosso entendimento.
Por esse motivo defendo que a educação está muito alheia as necessidades dos seres humanos da atualidade e que a formação tecnicista, digo aqui, a formação voltada ao profissional, ao ser que propaga a história da humanidade está fadada ao erro.

Precisamos de escolas que formem seres humanos capazes de desenvolver autoconhecimento, autopreservação, conhecimento do outro, do mundo ao seu redor, de uma ecologia humana, geográfica e planetária, e não estou levantando uma bandeira verde, mas algo muito maior que isso que é o comprometimento com o respeito em todas as suas formas.
Respeito não é apenas dizer Senhor e Senhora, nem ser educado com os mais velhos, respeito é um conceito tão amplo que mora nos detalhes.

O conhecimento generalizado e técnico está livre na internet e pode ser acessado a qualquer momento. O respeito a vida das espécies em geral, bem como a qualidade dessas vidas está deixando a desejar.
Educação emocional, educação humana global para uma era de globalização planetária é a resposta para um futuro digno.

Link para o Canal no YouTube - Pedagogia da Evolução -  Pedagogia na Prática 

Ausência de comunicação na família e os reflexos na convivência social

ANAIS DO CONGRESSO INTERNACIONAL MOVIMENTOS DOCENTES Volume VI – 2021  pg. 733 ISBN: 978-65-88471-34-0 DOI: 10.47247/VV/MD/88471.34.0   RESU...