No
artigo anterior, finalizei dando o meu parecer sobre o momento em que se inicia
a aprendizagem, e isso se dá em nossa formação e desenvolvimento no ventre de
nossas respectivas mães.
A
princípio, temos uma integração através do sensorial (sentidos) como a percepção do claro e escuro, seguido de um momento mais emocional, e num próximo o social
que se dá pelo reconhecimento das figuras materna, paterna e quem mais
participar diariamente desse laço familiar e da gestação propriamente dita.
O
bebê, desde a sua concepção está construindo um mundo de informações variadas
em si mesmo, se apropriando de sua condição humana a cada fase.
Logo,
temos um feto que capta, sente e reage a emoções, tem percepção e reação
sensorial e que cria laços sociais através da convivência com os envolvidos na
gravidez.
Como
podemos acreditar que esse bebê está completamente vazio de informações?
Essa
nova vida, já chega com a sua pequena carga de informações, de acordo com a sua
vivência nas situações que foi exposta. A sua aprendizagem já se iniciou. A sua
construção já está em processo. Ao nascer, essa aprendizagem passa a ser mais direta
(não há mais barreira e não há conexão física com a mãe) e diariamente a cada
sensação, sentimento, necessidade suprida ou negada, uma aprendizagem é
construída, afeições, vozes, cheiros e cores, ou seja, estímulos em geral que
são as portas para essa aprendizagem.
A
aprendizagem humana é construída passo a passo, sempre que um estímulo de
qualidade faça diferença no cognitivo. Os acessos de inserção são o sensorial-cognitivo, emocional-cognitivo e social-cognitivo, divido dessa
forma, pois percebo que todas essas portas que nos acessam precisam passar como
forma de conhecimento para que sejam apreendidas e mantenham-se na memória do
sistema límbico, que mais a frente será reproduzida de acordo com o
entendimento de cada um em forma de ação.
A
cada situação que passamos, a cada conteúdo que chega até nós, recebemos um
estímulo e se for o estímulo correto para nós, vai adentrar em forma de
aprendizado, sendo registrado por uma nova rede neuronal. E assim será por toda
a nossa vida, a cada aprendizagem, de acordo com a nossa capacidade no momento
e da qualidade do estímulo que chega.
Hoje
sabemos de toda essa jornada, mas pouco fazemos a respeito desse conhecimento
em nossa sociedade.
Nossa
linha de conhecimento hoje está livre na rede (internet), encontramos
verdadeiros cursos gratuitos online, em formato de áudio, vídeo e texto, qualquer
coisa que quisermos aprender é possível encontrar, uma realidade muito
diferente de 30 anos atrás, que para adquirir qualquer conhecimento era
necessário matricular-se em algum curso/escola, conversar com alguém ou ir a
uma biblioteca.
O
mundo mudou muito, encurtaram-se as distâncias, a forma de interagir e de nos
abastecer de conhecimento.
Se
o mundo mudou tanto e sabemos tão mais porque a escola é a mesma? Porque as
crianças precisam ficar sentadas e compartimentadas ainda? Se sabemos que
nossas emoções são tão importantes a nós e que elas fazem a diferença nos
relacionamentos e até na cidadania, porque não temos uma educação emocional? E
o nosso corpo, as duas aulas semanais de educação física são suficientes para o
nosso pleno desenvolvimento motor? E o nosso lado espiritual (não é
religião!!!), como desenvolvê-lo?
Somos
tão complexos, tão amplos e precisamos de tão mais do que nos ofereceram até
agora, podemos ser muito mais se aprendermos a ser mais.
A
educação precisa ver o ser humano por inteiro, não somos necessários apenas no
raciocínio lógico, o mundo está se globalizando cada vez mais e já passou do
momento de globalizar o ser humano, vê-lo por inteiro e trabalhar com esse
todo.
Essa
é a minha proposta, é por isso que estou aqui repassando minha construção.
;)