terça-feira, 7 de junho de 2016

É inútil ter certeza

Uma questão que tem estado rotineiramente em meu pensar nos últimos meses é sobre a facilidade em que as pessoas colocam para fora conceitos prontos.
Uma frase pronta que foi lida numa rede social aqui, numa revista ali, numa pichação acolá, e que foi entendida a seu modo, com as suas características próprias advindas de suas vívidas experiências e que lhe geraram sentimentos e emoções únicas, a ponto de inflexibilizar o raciocínio sobre outros argumentos e outras visões.
Argumentos e visões as vezes com rigor científico, e mesmo assim, nada de mover a ideia um pouquinho para o lado e pensar: - Será?
 "A dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza”. Trecho da música Infinita Highway do Engenheiros do Hawaii.
A vida é um grande mudar, e por princípio da própria vida é um grande evoluir, mesmo quando parece andar para trás há mudança, não existe involução na natureza, pode até existir momentos de pausa, mas nunca de retrocesso, a natureza dá um passo por vez, e tolo aquele que não se vê como parte da natureza.
Somos naturalmente parte da natureza, parte do planeta, parte do todo.
E o que acontece com os animais, plantas, com o ar, água, com o planeta, com as pessoas próximas ou não a mim, de alguma forma vão me afetar, queira eu perceba ou não.
Faz parte da vida. É um ecossistema. Não dá para fugir. A natureza também não dá saltos, reforçando: um passo por vez.
Como poderíamos enquanto humanos que somos ter certezas tão enraizadas em nosso pensar, se todos os dias acordamos diferentes, nunca estamos iguais ao que fomos 8 horas antes de dormir, inclusive o que sentimos antes de adormecer difere do que sentimos ao acordar.
É inútil ter certeza sim, porque essas nos atam as mãos, nos trancam em nós mesmos e nos impedem de ver além, de buscar na mudança diária a transformação de um todo justo, mais belo e nobre, mais feliz, para os animais, as plantas, o ar, a água, o planeta, as pessoas – humanos, assim como eu – que tateiam na escuridão do desenvolvimento em busca de ser quem se é.
E a educação com isso?
Tem muitooooo a ver, mas isso eu vou deixando claro no decorrer dos textos que vou deixando por aqui, afinal educar, apreender e ensinar fazem parte estrutural do ciclo da vida e não é um conceito fechado, não dá pra encerrar esse ciclo de ensino-entendimento-aprendizagem-criação numa caixinha cheia de respostas, tudo muda, cada momento é único, e não dá pra continuar usando hoje o que deu certo ontem.
Fiquei muito tempo na espera pra escrever neste blog desde a sua criação até o presente momento, creio que estava em processo de fermentação, os assuntos são diversos, mas o tópico é a evolução para a educação.
Espero que apreciem.

Fiquem bem (: 

2 comentários:

  1. Sensacional.
    Os milêniais são cheios de certeza pelo o que conhecem da Internet, mas não tem profundidade e quando se deparam com um problema falta solução e sobre certeza que a culpa é de alguém.
    Sensacional texto.

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    Respostas
    1. Eles estão cheios de pressa, veem o mundo passar rápido e percebem que o mundo é muito simples e fácil devido a infinidade de vídeos com tudo acelerado e de rápida elaboração, todo mundo sabe muito e tem inúmeras habilidades, mas não é bem assim, o vídeo deixa tudo mais interessante, não é mesmo?
      A internet trouxe um mundo de possibilidades e certezas que são mais incertas do que tudo.

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