Vou começar definindo
minha visão de ser humano.
Antes de mais nada
quero explicar que sou contra qualquer tipo de divisão quando se trata de
humanidade e de vida. Sobre isso vamos falar mais a frente, pois é um assunto
que dá pra falar só sobre ele.
Falei que não gosto
da divisão, pois vivemos numa sociedade fragmentada que busca se reconectar
através da globalidade, compreendo a necessidade da divisão, como forma de
fatiar aquilo que precisamos observar, compreender e apreender para evoluir e
continuar a nossa escala evolutiva.
O grande problema é
que na grande maioria das vezes quem cria a divisão, quem fatia as situações
“esquece” de juntar as partes e ver o todo através do conhecimento obtido pelas
partes. Normalmente prega-se partes com teor universal.
Tá confuso?
Um pouco, eu sei, mas
vou clarear...
Como escolhi falar
sobre o ser humano, vou usar as divisões para esse contexto.
É muito comum ver o
ser humano ser fatiado em corpo, mente e Espírito, onde corpo: todo mundo tem
um, meio óbvio isso. Mente: existe controvérsia na definição, algumas teorias
definem como o entendimento do espírito e outros como a inteligência e
capacidade intelectual; Espírito: com uma definição mais controversa ainda,
segundo a Wikipédia a maioria
das definições são relativas a uma substância não-corpórea em contraste com o
corpo material.
Vou falar sobre como vejo cada um desses pontos.
Nosso corpo anatômico do ponto de vista biológico pertence a
classe dos animais mamíferos. Tem um funcionamento magnífico, com
sincronicidade e beleza ímpares. Se pararmos para ver apenas nosso corpo
funcionando, através do corpo de outra pessoa, ou melhor ainda, de uma criança
que está em transformação mais visível, é possível ver essa maravilha da
natureza, onde cada pedacinho, cada célula tem uma função e não depende de nós
para apertar nenhum botão, nem mesmo dizer ou pensar: Oh! Chegou o momento de
minhas células pulmonares fazer trocas gasosas! Coração bombeie sangue!
Ufa! Seria o fim da humanidade.
E por esse e outros motivos que defino como pertencentes a
natureza, assim como olhamos os animais e temos certeza de que pertencem a
natureza, nosso corpo também o é.
A mente, para mim, seria um órgão virtual, a nossa nuvem,
onde toda a festa acontece, mas diferente dos computadores ou smartphones da
atualidade que operam no aparelho e armazenam na nuvem, o nosso sistema mental
é o sistema de operação, é onde ocorrem os pensamentos, sentimentos
e insights e suas definições e finalizações são impressas no cérebro, órgão que
se desenvolve e se molda de acordo com o que ocorre na mente, a mente seria o
processador e o cérebro o arquivo de tudo o que já foi definido.
Como exemplo prático, vou citar alguém que precisa por algum
motivo qualquer fazer uma cadeira, mas essa pessoa não tem ideia de como
executar esse serviço, suas únicas noções são do para que serve uma cadeira e
de sua necessidade em tê-la.
Essa pessoa vai sair em busca de informações sobre como
construir uma cadeira, que material utilizar, onde comprar esse material, quais
ferramentas utilizar, as medidas ideais, cores, formas e de quem ou onde irá
aprender a executar o serviço, após reunir todas as informações teóricas essa
pessoa precisará partir para a prática, experimentando tudo aquilo que foi
formulado em sua mente, um registro único, e conforme vai experienciando poderá
concordar ou não com suas ideias anteriores e irá construir um conhecimento
real sobre o assunto, e este será impresso em forma de conceito, através da
sinapses numa rede neurológica de informações em seu cérebro, e sempre que
precisar dessa experiência esse conhecimento será acessado, ou seja, temos
nesse exemplo uma aprendizagem efetiva.
O espírito: desde os primórdios que o ser humano se percebe
diferente dos outros animais, e busca entender o seu mundo e a si próprio, tem
uma curiosidade natural que nos impulsiona a seguir sempre em frente,
melhorando a cada espaço de tempo, ora mais lento ora mais rápido.
Esse processo de busca do entendimento de quem somos e do que
viemos fazer aqui ou de como chegamos aqui, levou a humanidade a cultuar o sol,
a lua, as pedras, a temer absolutamente tudo o que não compreendemos, nos
curvando e ritualizando inclusive através da morte como foram e ainda são em
alguns lugares ermos dessa terra, os ritos de sacrifício.
Criamos muitas definições sobre o espírito no decorrer dos
tempos sempre pautadas nas necessidades da época vivida e de termos uma
explicação para as questões: de quem somos e para onde vamos.
Mas sabemos e sentimos que esse nosso lado nos anima, nos
impulsiona, nos dá noções de moral e do outro.
E assim como a mente, o espírito também não pôde ser
comprovado até o momento, e por isso vira tabu, separação através das religiões
e dogmas ou da falta de crença e afastamento total da possibilidade de haver um
espírito.
Vejo o nosso espírito como íntimo do nosso sistema mental e
físico, tem um sistema próprio que registra tudo, mas principalmente o que é
intenso para o corpo e para a mente, e devolve essas impressões tanto para o
corpo como para a mente, seja em forma de pensamento contínuo ou obsessivo
sobre algo ou em forma de uma doença por causa do que foi recebido de
informação tanto pelo corpo ou pela mente, exemplo, um ato de agressão recebido,
o susto, o medo, a dor, o sentimento de impotência são impressões recebidas
pelo espírito que vai reagir e devolver de alguma forma, que pode ser positiva
ou negativa, isso é algo particular de cada um.
É a nossa antena de captação.
Vejo o corpo, mente e espírito como se fossem três corpos
distintos cada um com sua densidade e um dentro do outro, como aquelas
bonequinhas holandesas, as matrioskas… É uma visão um tanto holística, mas que
conforme outros assuntos forem surgindo vocês verão mais fundamento.
E para terminar, creio que seja o momento de unificar o ser
humano em um ser completo que possui cada uma dessas partes mas que deve ser
visto como um todo, pois só assim seremos a mudança tão necessária no mundo.
Somos seres complexos no funcionamento e simples na essência.
E você o que acha?
Concorda, discorda?
Deixa o seu comentário e vamos falar a respeito.
Abraços
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