Como
vocês podem perceber tenho escrito e falado muito sobre o ser humano inteiro,
sobre globalizar o ser humano, na necessidade urgente de trabalhar uma educação
emocional no ser desde o seu nascimento, parte de minha fala vem da teoria de
Henri Wallon, médico, psicólogo e filósofo francês do início do século passado
e que deixou como legado uma visão humanista do mundo e da educação.
Em
1947 fez as bases da educação francesa tremerem com suas teorias, como a da não
reprovação escolar através das avaliações, as famosas provas, levantando a
bandeira da afetividade, e que o
desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que o pensamento lógico.
Fazendo um adendo aqui, sou uma pessoa que
defende a progressão da educação, desde que empregada com qualidade e respeito
ao entendimento do porquê da não reprovação, do sentido de se utilizar disso
enquanto método, coisa que infelizmente não aconteceu e como sempre aquilo que
não é compreendido gera problemas incomensuráveis, assim como foi o emprego do
construtivismo como técnica, erro profundo e coleção de problemas na educação
por conta disso. Mas isso é assunto pra outro momento.
Wallon fundamentou suas ideias em quatro
elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a
inteligência e a formação do eu como pessoa. Percebe o movimento e as emoções
como atuantes conjuntos e assume que o
movimento começa desde a vida fetal.
Se
pensarmos que o movimento quase sempre é uma reação, que antes dele existir
ocorreu uma percepção, uma emoção e/ou sentimento, um processamento dessas
informações para depois como resposta um movimento, por menor que seja, um
movimento, a interação do feto com o mundo já está em processo de aprendizagem,
de coleta de informações.
Ele
também afirma que a criança tem sua própria lógica de pensamento e que esse
pensamento é carregado de afetividade, fora do mundo da lógica, pois ocorre por
sincretismo, ou seja, a criança reúne todas as informações que possui, reais ou
de suas brincadeiras e fantasias e aplica como explicação daquilo que acredita
ser algo. Um tanto parecido com as hipóteses de Emilia Ferreiro.
Em
ambos os casos, tanto do sincretismo como das hipóteses é com a orientação dos
adultos, por meio dos estímulos recebidos sobre o que vem a ser o mundo ao
redor dessa criança é que ela passará a compreender os mais diversos assuntos
de forma lógica.
Sobre a escola Wallon determina que por ser uma instituição social
deve promover a continuidade da socialização e deve desempenhar o papel de
integralizar o social e o individual formando ambos. Compreende o ser humano
como social e histórico, como ser biológico e material e ainda como emocional,
dando maior enfoque nesse ponto, pois para ele, para compreender o pensamento
humano é necessário compreender seu emocional.
Venho dizendo desde o primeiro momento, onde determino o ser
humano e suas partes que em pleno caminhar do século XXI sejamos incapazes de
perceber que somos muito mais do que seres lógicos e racionais, e que nossa
educação é muito falha por não trabalhar todos os nossos aspectos e
potencialidades, e que para termos um mundo completamente globalizado e rumo a
evolução precisamos de seres humanos globalizados, com condições de ver a si e
ao outro com respeito e compreensão, de se ver no outro e isso inclui o plano
físico e terrestre como nossas ruas e cidades, bem como nossa casa planetária,
que infelizmente acaba passando despercebida por grande parcela da humanidade.
A educação emocional, deve existir para orientar o ser humano a
ser humano e não para ser útil quando em caso de conflitos emocionais e doenças
psíquicas.
E existe tão mais a ser visto e reorientado, que essa é só a ponta
do início.
Bem.... Por hoje é isso, até breve!
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