quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O Ser Humano Completo de Wallon e a Aprendizagem



Como vocês podem perceber tenho escrito e falado muito sobre o ser humano inteiro, sobre globalizar o ser humano, na necessidade urgente de trabalhar uma educação emocional no ser desde o seu nascimento, parte de minha fala vem da teoria de Henri Wallon, médico, psicólogo e filósofo francês do início do século passado e que deixou como legado uma visão humanista do mundo e da educação.
Em 1947 fez as bases da educação francesa tremerem com suas teorias, como a da não reprovação escolar através das avaliações, as famosas provas, levantando a bandeira da afetividade, e que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que o pensamento lógico.

Fazendo um adendo aqui, sou uma pessoa que defende a progressão da educação, desde que empregada com qualidade e respeito ao entendimento do porquê da não reprovação, do sentido de se utilizar disso enquanto método, coisa que infelizmente não aconteceu e como sempre aquilo que não é compreendido gera problemas incomensuráveis, assim como foi o emprego do construtivismo como técnica, erro profundo e coleção de problemas na educação por conta disso. Mas isso é assunto pra outro momento.

Wallon fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Percebe o movimento e as emoções como atuantes conjuntos e assume que o movimento começa desde a vida fetal.

Se pensarmos que o movimento quase sempre é uma reação, que antes dele existir ocorreu uma percepção, uma emoção e/ou sentimento, um processamento dessas informações para depois como resposta um movimento, por menor que seja, um movimento, a interação do feto com o mundo já está em processo de aprendizagem, de coleta de informações.

Ele também afirma que a criança tem sua própria lógica de pensamento e que esse pensamento é carregado de afetividade, fora do mundo da lógica, pois ocorre por sincretismo, ou seja, a criança reúne todas as informações que possui, reais ou de suas brincadeiras e fantasias e aplica como explicação daquilo que acredita ser algo. Um tanto parecido com as hipóteses de Emilia Ferreiro.

Em ambos os casos, tanto do sincretismo como das hipóteses é com a orientação dos adultos, por meio dos estímulos recebidos sobre o que vem a ser o mundo ao redor dessa criança é que ela passará a compreender os mais diversos assuntos de forma lógica.

Sobre a escola Wallon determina que por ser uma instituição social deve promover a continuidade da socialização e deve desempenhar o papel de integralizar o social e o individual formando ambos. Compreende o ser humano como social e histórico, como ser biológico e material e ainda como emocional, dando maior enfoque nesse ponto, pois para ele, para compreender o pensamento humano é necessário compreender seu emocional.

Venho dizendo desde o primeiro momento, onde determino o ser humano e suas partes que em pleno caminhar do século XXI sejamos incapazes de perceber que somos muito mais do que seres lógicos e racionais, e que nossa educação é muito falha por não trabalhar todos os nossos aspectos e potencialidades, e que para termos um mundo completamente globalizado e rumo a evolução precisamos de seres humanos globalizados, com condições de ver a si e ao outro com respeito e compreensão, de se ver no outro e isso inclui o plano físico e terrestre como nossas ruas e cidades, bem como nossa casa planetária, que infelizmente acaba passando despercebida por grande parcela da humanidade.

A educação emocional, deve existir para orientar o ser humano a ser humano e não para ser útil quando em caso de conflitos emocionais e doenças psíquicas.
E existe tão mais a ser visto e reorientado, que essa é só a ponta do início.

Bem.... Por hoje é isso, até breve!


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